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A reinvenção da indústria têxtil cearense

  • Foto do escritor: portaldcelebre
    portaldcelebre
  • 4 de jun.
  • 2 min de leitura

Por Ivan Bezerra Filho, Presidente da TBM Têxtil Bezerra de Menezes.

A indústria têxtil chegou ao Ceará impulsionada por três fatores: o estado era um grande produtor de algodão, havia incentivos da Sudene e benefícios fiscais atrativos. Com o tempo, esses fatores perderam força. O algodão deixou de ser cultivado em larga escala, os investimentos da Sudene foram reduzidos e os incentivos fiscais, antes um diferencial, passaram a ser oferecidos também por outros estados.


Diante desse cenário, a maior parte das fiações fechou. O Ceará, que já teve 15 indústrias do setor, hoje conta com poucas. Isso porque trabalhar com commodities se tornou inviável: a distância da matéria-prima e dos grandes mercados consumidores encarece a logística e reduz a competitividade. Para continuar no mercado, as indústrias cearenses precisaram se reinventar.


O caminho foi a inovação. Em vez de competir diretamente com commodities, algumas fiações passaram a produzir fios diferenciados, combinando algodão com outras fibras, como viscose,  linho, modal e lyocell. Essa estratégia permitiu fugir da concorrência com grandes produtores asiáticos, como China, Paquistão, Vietnã e Bangladesh, que operam em larga escala e com custos reduzidos, tornando inviável disputar apenas pelo preço.


Além disso, a ascensão do fast fashion trouxe novas oportunidades. Grandes redes precisam renovar suas coleções constantemente, e a indústria local consegue atender essa demanda com mais rapidez do que os fornecedores asiáticos. Esse nicho fortaleceu as empresas que souberam se adaptar, oferecendo inovação com agilidade e proximidade.


Outro ponto crucial para a competitividade é a qualificação da mão de obra. O setor exige profissionais especializados para operar os equipamentos e trabalhar com novas composições de fios e tecidos. Iniciativas de capacitação têm sido fundamentais para garantir que a indústria local continue evoluindo.


Manter a indústria têxtil viva no Ceará exige um esforço contínuo de inovação e políticas públicas que incentivem a produção nacional. Valorizar produtos feitos com qualidade e responsabilidade é essencial para fortalecer o setor e garantir sua competitividade no mercado global.


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